Em relação ao tratamento/terapia as mães relatam que precisam
buscar na capital, João Pessoa, tratamento/terapia na FUNAD, ficando na lista
de espera até 1 ano e meio para iniciar o tratamento. As crianças são levadas
em um ônibus disponibilizado pela prefeitura municipal e tem que ser acordadas
as 4:00 da manhã para ir a FUNAD. O inconveniente é tão grande que muitas
crianças estão sem tratamento porque as mães preferem permanecer aguardando uma
vaga na cidade onde residem do que as expor a uma viagem tão cansativa. Em
Guarabira não existe o CAPS – I. Foi inaugurado em abril de 2018 uma ala de
atendimento para autistas no Maria Moura, entretanto, meses após a inauguração
permanece fechada pela falta de contratação de profissionais. Os profissionais
que atendem atualmente no Maria Moura não tem capacitação para trabalhar com
pessoas com TEA. Sem tratamento o processo de inclusão escolar fica muitas
vezes prejudicado porque os estudantes não conseguem se adaptar aos estímulos
sonoros, visuais e táteis presentes no ambiente escolar.
Em reunião realizada no dia 18
de junho de 2018 o secretario de Educação afirmou em que não pode contratar
mais cuidadores para a rede publica de ensino mesmo as mães apresentando os
laudos devido a normas impostas pelo Tribunal de Contas. Quanto a capacitação
especifica para lidar com alunos autistas para professores e cuidadores o
secretario disse que não existe nenhum projeto para que isso aconteça. As mães
ficaram de procurar a assistência do ministério publico estadual e federal para
resolver este impasse e conseguir contratar o número de cuidadores necessários.
Quanto ao senso sobre o número real de pessoas com autismo em Guarabira os
secretários de Saúde e Educação não se mostraram interessados neste
levantamento.
O que percebemos no relato das
mães é que os alunos tem garantido apenas o direito de acesso as salas
regulares. Não podemos falar de inclusão escolar sem formação profissional, sem
adaptação curricular, sem um trabalho de acolhimento das famílias.
As barreiras que impedem a
efetivação do processo de inclusão escolar de alunos com TEA são barreiras
atitudinais, isto é, o processo de inclusão esbarra na falta de conhecimento e
empatia dos gestores que alegam falta de recursos para tomar as providências
necessárias e as adaptações razoáveis.